sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Ditadura Militar: O assassinato de Marighella


O assassinato de Carlos Marighella
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Marighella (direita) junto com sua família

Dia 4 de novembro foi celebrado o aniversário da morte de Carlos Marighella. Líder da ALN, Marighella foi assassinado na Alameda Casa Branca em São Paulo. Abaixo eu reproduzo um trecho do livro Olho por olho do jornalista Lucas Figueiredo. Ele comenta partes do ORVIL, livro secreto do Exército descoberto em 2007 (mais detalhes no postPara o Exército PT seria  incubadora de terroristas) em que a morte do guerrilheiro é descrita com detalhes.

Nas prisões, sustentava o Orvil, o que havia eram confissões espontâneas. “Com exceção de militantes com formação ideológica mais sólida, a abertura de todo o conhecimento passou a ser uma conduta comum aos presos”, dizia o livro secreto. Dessa forma, 90% ds prisões efetuadas pela repressão seriam fruto da traição de “militantes despreparados e sem convicção’ Dezenas de episódios envolvendo supostos atos de perfídia foram descritos no Orvil— entre eles, um que envolvia nada menos que a morte de Carlos Marighella. Pela versão do Orvil, na caça ao líder máximo da guerrilha urbana país, a repressão foi comendo pelas beiradas até que, em outubro de 1969, pôs as mãos em Paulo de Tarso Venceslau, importante dirigente da ALN. Levado para a sede da Oban - a Operação Bandeirante, organismo antissubversão de São Paulo que serviu de modelo para os DOI—Codi em todo o país—,Venceslau de início teria negado no interrogatório qualquer ligação com a ALN. Mas por fim, contava o livro secreto, “pressionado insistentemente” com uma pergunta (“Como faria contato com a organização caso fosse colocado em liberdade?”), o guerrilheiro acabou confessando que discaria o número 62.2324, do Convento dos Dominicanos, no bairro Perdizes, e falaria com certo frei Ivo. (A história real é bem diferente: Venceslau foi triturado na Oban, entrou em coma e por pouco não morreu. Apesar de ter o número do telefone do convento anotado no talão de cheques, a pista passou desapercebida pelos agentes da Oban.) No dia seguinte à prisão de Venceslau, frei Ivo (Yves do Amaral Lesbaupin) foi detido junto com frei Fernando de Brito, outro dominicano que rezava pela bíblia de Marighella. Na descrição do Orvil, os religiosos “fraquejaram diante da realidade da prisão e do desmascaramento” e terminaram por abrir boa parte da estrutura clandestina da ALN. Confessaram que, quando desejava fazer contato, Marighella ligava para a livraria Duas Cidades, onde trabalhava um dos frades. “Colaborando” com a repressão, segundo o Orvil, dois dias depois de ser preso o contato de Marighella foi levado para a livraria. Na hora marcada, o frade atendeu o telefonema do guerrilheiro e, utilizando códigos, combinou um encontro.

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